terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Pi

 
                                  





















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domingo, 23 de dezembro de 2012

Contos de Natal

Só para arreliar a irmã pequenita, o Frederico disse que o Pai Natal NÃO existe.

Assim, um redondo e sonante NÃO.





Ela não acreditou. Era o que faltava!

Mas logo por azar, o Pai Natal passou por ali e ouviu a negação da sua existência.

Entristeceu como um noite de inverno. Deixou de comer. Perdeu a vontade de viver.



«- E se eu não passo de ...um sonho?»






As renas resolveram a questão. Levam o Pai Natal ao psicólogo, onde enceta o seguinte monólogo:



Não sei bem se eu existo

Nem que não,

Nem que sim;

É que algumas crianças

Não acreditam

Em mim...




O psicólogo arranja logo solução:

Caro Pai Natal,
Se algumas crianças
Não acreditam em si,
O problema é delas.
O que tem a fazer
É também...
Não acreditar nelas!


A satisfação do Pai Natal é tanta e tão grande que a sua barriga rapidamente cresce até sair do espelho.



Frederico é que não esperava que o Pai Natal deixasse de acreditar nele.



Sabes, Maria, o Pai Natal Não Existe.


Caminho, 2008

A Lua


A árvore vermelha - Shaun Tan


domingo, 16 de dezembro de 2012

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Salvo!


Acordai, Lopes Graça, José Gomes Ferreira



Acordai
acordai
homens que dormis
a embalar a dor
dos silêncios vis
vinde no clamor
das almas viris
arrancar a flor
que dorme na raíz

Acordai
acordai
raios e tufões
que dormis no ar
e nas multidões
vinde incendiar
de astros e canções
as pedras do mar
o mundo e os corações

Acordai
acendei
de almas e de sóis
este mar sem cais
nem luz de faróis
e acordai depois
das lutas finais
os nossos heróis
que dormem nos covais
Acordai!

José Gomes Ferreira

sábado, 29 de setembro de 2012

Canção de Outono

Source: youtube.com via Theresa on Pinterest

Viagem de fim de semana


Agenda Cultural Porto [Setembro e Outubro 2012]

Mafalda - Quino



Mafalda - Quino



Mais AQUI...

Neste dia, nasceu Mafalda!



Mafalda foi uma tira escrita e desenhada pelo cartunista argentino Quino. As histórias, apresentando uma menina (Mafalda) preocupada com a Humanidade e a paz mundial que se rebela com o estado atual do mundo, apareceram de 1964 a 1973, usufruindo de uma altíssima popularidade na América Latina e Europa. Mais AQUI...

sábado, 15 de setembro de 2012

A arte é uma arma, usem-na! - "Voo do Pintarriscos"



A imagem foi retirada DAQUI

Intertexto - Maiakovski, Berthold Brecht, Martin Niemöller...

imagem daqui
 
 
Maiakovski - Poeta russo "suicidado" após a revolução de Lenin, escreveu, ainda no início do século XX :
"Na primeira noite, eles se aproximam e colhem uma flor de nosso jardim.
E não dizemos nada.

Na segunda noite, já não se escondem, pisam as flores, matam nosso cão.
E não dizemos nada.

Até que um dia, o mais frágil deles, entra sozinho em nossa casa, rouba-nos a lua, e, conhecendo nosso medo, arranca-nos a voz da garganta.

E porque não dissemos nada, já não podemos dizer nada."


Depois de Maiakovski…
"Primeiro levaram os negros

Mas não me importei com isso
Eu não era negro 
 
Em seguida levaram alguns operários

Mas não me importei com isso
Eu também não era operário 
 
Depois prenderam os miseráveis

Mas não me importei com isso
Porque eu não sou miserável 
 
Depois agarraram uns desempregados

Mas como tenho meu emprego

Também não me importei  
Agora estão me levando
Mas já é tarde.
Como eu não me importei com ninguém
Ninguém se importa comigo."
Bertold Brecht (1898-1956)
"Um dia vieram e levaram meu vizinho que era judeu.
Como não sou judeu, não me incomodei.
No dia seguinte, vieram e levaram meu outro vizinho que era comunista.
Como não sou comunista, não me incomodei . 
 
No terceiro dia vieram e levaram meu vizinho católico.
Como não sou católico, não me incomodei.
 
No quarto dia, vieram e me levaram;
já não havia mais ninguém para reclamar..."
 

Martin Niemöller, 1933 - símbolo da resistência aos nazistas.
"Primeiro eles roubaram nos sinais, mas não fui eu a vítima,

Depois incendiaram os autocarros, mas eu não estava neles;

Depois fecharam ruas, onde não moro; 

Fecharam então o portão do bairro da lata, que não habito;
Em seguida arrastaram até a morte uma criança, que não era meu filho..."

O que os outros disseram, foi depois de ler Maiakovski. Incrível é que, após mais de cem anos, ainda nos encontremos tão desamparados, inertes, e submetidos aos caprichos da ruína moral dos poderes governantes, que vampirizam as finanças, aniquilam as instituições, e deixam aos cidadãos os ossos roídos e o direito ao silêncio, porque a palavra, há muito se tornou inútil…
 

Estranhões & Bizarrocos - José Eduardo Águalusa



                          José Eduardo Águalusa

A girafa que comia estrelas - José Eduardo Agualusa


sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Portugal - Pablo Neruda (1954)



"Portugal,


vuelve al mar, a tus navíos,
Portugal, vuelve al hombre, al marinero,
vuelve a la tierra tuya, a tu fragancia,
a tu razón libre en el viento,
de nuevo
a la luz matutina
del clavel y la espuma.
Muéstranos tu tesoro,
tus hombres, tus mujeres.
No escondas más tu rostro
de embarcación valiente
puesta en las avanzadas del Océano.
Portugal, navegante,
descubridor de islas,
inventor de pimientas,
descubre el nuevo hombre,
as islas asombradas,
descubre el archipiélago en el tiempo.
La súbita
aparición
del pan
sobre la mesa,
la aurora,
tú, descúbrela,
descubridor de auroras.
Cómo es esto?
Cómo puedes negarte
al cielo de la luz tú, que mostraste
caminos a los ciegos?
Tú, dulce y férreo y viejo,
angosto y ancho padre
del horizonte, cómo
puedes cerrar la puerta
a los nuevos racimos
y al viento con estrellas del Oriente?
Proa de Europa, busca
en la corriente
las olas ancestrales,
la marítima barba
de Camoens.
Rompe
las telarañas
que cubren tu fragante arboladura,
y entonces
a nosostros os hijos de tus hijos,
aquellos para quienes
descubriste la arena
hasta entonces oscura
de la geografía deslumbrante,
muéstra-nos que tú puedes
atravesar de nuevo
el nuevo mar escuro
y descubrir al hombre que ha nacido
en las islas más grandes de la tierra.
Navega, Portugal, la hora
llegó, levanta
tu estatura de proa
y entre las islas y los hombres vuelve
a ser camino.
En esta edad agrega
tu luz, vuelve a ser lámpara:
aprenderás de nuevo a ser estrella."


Pablo Neruda
Las uvas y el viento, 1954

Chuva - Christine Chen


Migalhas - Eyal Lebovich


Crianças


Chiruri


Antes do nascer do sol - love story


O farol

domingo, 12 de agosto de 2012

I like to move it - Madagascar

Pai e Filha - Michaël Dudok De Wit



O pai se despede da filha. Ela cresce, tem a sua família, mas nunca deixa de procurar pelo pai. Dos curtas mais bonitos, de quando o silêncio é só saudade, um domingo de amor para todos os pais, que mesmo longe ou em outro planeta, nunca saem do nosso coração. Muitas vezes, falar de morte com um adulto é mais difícil do que com uma criança, que olha para o céu e enxerga na estrelinha o brilho de alguém especial. Esse não é um post triste apenas. É uma forma de, em silêncio,... LER MAIS

A father says goodbye to his young daughter and leaves. As the wide Dutch landscapes live through their seasons so the girl lives through hers. She becomes a young woman, has a family and in time she becomes old, yet within her there is always a deep longing for her father.

The story can be seen as a metaphor. The father leaving on a boat signifies his death and the images of the daughter watching for him to come back is signifying her always thinking about him throughout her life. Towards the end when the now elderly daughter begins to travel through the overgrown, dried up riverbed is supposed to explain that she has died and is now travelling in the afterlife to see her father once again.

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Um mundo sem letras - Moonbot


Era uma vez um mundo sem letras, só com números, nada de nomes. Naquele tempo, um número identificava cada ser. Senhor Dois, já para cá.  Assim é o Numberlys, o mais recente aplicativo para iPad da Moonbot (o estúdio que criou o The Fantastic Flying Books of Mr. Morris Lessmore). 

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Como se fazem os bebés?

Alimenta um Cão com o Coisas 2012



Objectivo:Conseguir dar até 6.000 Kg de ração pelos animais abrangidos e tentar garantir o maior número possível de adopções!
A campanha dura até 30 de Julho.
Como ajudar:
- Alimente um dos Cães à procura de Lar;
- Partilhe esta iniciativa com os seus amigos;
- Consulte regularmente a página dos resultados;
- Adopte um dos Cães abrangidos pela acção;

sábado, 14 de julho de 2012

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Selvagem - Daniel Sousa

This Girl Laughs, This Girl Cries, This Girl Does Nothing - Barking Gecko Theatre Company

Three girls. Three pathways. One destination.
Three sisters are abandoned in the middle of a forest by their father. Facing an uncertain future, one decides to walk one way around the world, one decides to walk the other way and one decides to stay right where she is.
After 20 years having crossed oceans, toppled lighthouses and conquered armies – the two wanderers find themselves back at the same place in the woods, where the third sister waits…
One of Australia's most exciting playwrights, Finegan Kruckemeyer, has created a modern day fairytale that will thrill, delight and surprise audiences of all ages.
 

Pintura musical - Matteo Negrin's

Love story - sandartist

terça-feira, 10 de julho de 2012

The world's biggest flower - José Saramago

José Saramago foi o único escritor português a receber um prémio NOBEL da literatura e bem o mereceu porque escreveu livros maravilhosos. Nasceu em 16/11/1922 e faleceu em 18/06/2010.

Para os mais crescidos, o "Memorial do Convento" será um livro de leitura obrigatória na disciplina de português. Uma fascinante aventura com poções, balões de ar quente e construções magníficas.

Para os mais pequenos, há o livro "A maior flor do mundo". E este, é um livro tão belo que foi o que escolhi para ser o 1º livro do 1º dia da 1ª feira do livro do 1º ano de vida de uma sobrinha. Um momento tão marcante só poderia ser com um livro assim.

Mas para quem ainda não tem o livro ou ainda não o consegue ler, recomendo o filme de animação que adapta a obra de forma belíssima.

sábado, 7 de julho de 2012

Se o seu banco lhe creditasse todos os dias 86400 euros na sua conta? - Fernando António Oliveira


Se o seu banco lhe creditasse todos os dias 86400 euros na sua conta, e no final do dia, quer os tivesse utilizado ou não, ele reduzisse o seu crédito a zero, você não tentaria tirar deles o melhor proveito possível?
Pois bem, esse banco existe. Chama-se Tempo. Todos os dias ele deposita 86400 segundos na sua conta e só você pode tirar deles o melhor proveito, assim como só você é responsável pelo uso que lhes der. Quando me refiro a usar o tempo não me refiro apenas a preenchê-lo, mas a desfrutar dele. Faça tudo aquilo que deseja fazer e lhe dá prazer e não apenas aquilo que lhe parece que lhe trará mais benefícios: Saia, passeie, leia, faça um picnic com a sua amada, brinque com os seus filhos.... .
Lembrem-se de que tudo o que tem valor tem o seu custo, mas que este custo nem sempre é em dinheiro. No fim de contas só um idiota confunde o valor com o preço. Não acreditam?
O dinheiro compra a cama, mas não o sono. Compra os livros, mas não a sabedoria. Compra uma casa, mas não um lar. Compra medicamentos, mas não saúde. Compra ajudantes, mas não amigos. Compra o casamento, mas não o amor. Compra o crucifixo, mas não a fé. Compra um lugar no cemitério, mas não compra o céu.
Não dês ao dinheiro mais valor do que aquele que ele verdadeiramente tem. O dinheiro deve ser apenas um meio para obter algo, nunca um fim em si mesmo. Ele é importante, sem dúvida, mas só no caso de não morreres já amanhã. Além disso não adianta ser rico e ter roupas caras se o melhor da vida nós fazemos nus.

Projecto - Rui Costa

PROJECTO




Fernando comprou um livro de poesia com oitocentas páginas
mas só conseguiu ler quinhentas

António sonhou com o Evereste na magnitude
mas só precisava de mudar uma lâmpada

Rita imaginou um poema para Fernando
mas só tinha que aceitar o jantar de quinta

A lâmpada pensou que era um poema
e fundiu-se sem iluminar a sala

Luís aproveitou a escuridão da sala
para dizer a Rita um poema com montanhas

Trezentas páginas que nunca foram lidas
arquitectam com a lâmpada a salvação do mundo


in A Nuvem Prateada das Pessoas Graves, Quasi Edições, Maio de 2005
Rui Costa

O tempo... Raduan Nassar


O tempo é o maior tesouro de que um homem pode dispor;

 embora inconsumível, o tempo é o nosso melhor alimento;

sem medida que o conheça, o tempo é contudo nosso bem de maior grandeza:

 não tem começo, não tem fim; é um pomo exótico que não pode ser repartido, podendo entretanto prover igualmente a todo mundo;

omnipresente, o tempo está em tudo;

existe tempo, por exemplo, nessa mesa antiga: existiu primeiro uma terra propícia, existiu depois uma árvore secular feita de anos sossegados, e existiu finalmente uma prancha nodosa e dura trabalhada pelas mãos de um artesão dia após dia;

existe tempo nas cadeiras onde nos sentamos, nos outros móveis da família, nas paredes da nossa casa, na água que bebemos, na terra que fecunda, na semente que germina, nos frutos que colhemos, no pão em cima da mesa, na massa fértil dos nossos corpos, na luz que nos ilumina, nas coisas que nos passam pela cabeça, no pó que dissemina, assim como em tudo que nos rodeia;

 rico não é o homem que colecciona e se pesa no amontoado de moedas, e nem aquele, devasso, que se estende, mãos e braços, em terras largas;

 rico só é o homem que aprendeu, piedoso e humilde, a conviver com o tempo, aproximando-se dele com ternura, não contrariando suas disposições, não se rebelando contra seu curso, não irritando sua corrente, estando atento para o seu fluxo, brindando-o antes com sabedoria para receber dele os favores e não a sua ira;

o equilíbrio da vida depende essencialmente deste bem supremo, e quem souber com acerto a quantidade de vagar, ou a de espera, que se deve pôr nas coisas, não corre nunca o risco, ao buscar por elas, de defrontar-se com o que não é; por isso ninguém em nossa casa a de dar o passo mais largo que a perna:

dar o passo mais largo que a perna é o mesmo que suprimir o tempo necessário à nossa iniciativa; (...)

Raduan Nassar

Trecho do seu livro Lavoura arcaica (1975)

Crise - De quando é que são estas palavras?



Que fazer? Que esperar? Portugal tem atravessado crises igualmente más: - mas nelas nunca nos faltaram nem homens de valor e carácter, nem dinheiro ou crédito. Hoje crédito não temos, dinheiro também não - pelo menos o Estado não tem: - e homens não os há, ou os raros que há são postos na sombra pela Política. De sorte que esta crise me parece a pior - e sem cura.

In "Correspondência" (1891)

sexta-feira, 22 de junho de 2012

História do gato e da lua - histórias de amor



Estória do Gato e da Lua foi a primeira curta portuguesa a ir a Cannes,em 1996, e chegou arrecadar 15 prémios internacionais.
A animação de 1995, dirigida por Pedro Serrazina com narração em inglês de Joaquim de Almeida,Estória do Gato e da Lua” é uma história de amor que facilmente todos acreditaríamos ser impossível.

“Um poema. Uma estória feita de silêncio e de cumplicidade. Luz e sombra, o apelo da noite, a lua como paixão… Esta é a estória de quem tentou tornar o sonho realidade, a estória do gato e da lua.”