segunda-feira, 31 de dezembro de 2012
sábado, 29 de dezembro de 2012
quarta-feira, 26 de dezembro de 2012
terça-feira, 25 de dezembro de 2012
segunda-feira, 24 de dezembro de 2012
domingo, 23 de dezembro de 2012
Contos de Natal
Só para arreliar a irmã
pequenita, o Frederico disse que o Pai Natal NÃO existe.
Assim, um redondo e
sonante NÃO.
Ela não acreditou. Era o
que faltava!
Mas logo por azar, o Pai
Natal passou por ali e ouviu a negação da sua existência.
Entristeceu como um noite
de inverno. Deixou de comer. Perdeu a vontade de viver.
«- E se eu não passo de
...um sonho?»
As renas resolveram a
questão. Levam o Pai Natal ao psicólogo, onde enceta o seguinte
monólogo:
Não sei bem se eu
existo
Nem que não,
Nem que sim;
É que algumas
crianças
Não
acreditam
Em
mim...
O psicólogo arranja logo solução:
Caro Pai Natal,
Se algumas crianças
Não acreditam em si,
O problema é delas.
O que tem a fazer
É também...
Não acreditar nelas!
A satisfação do Pai Natal
é tanta e tão grande que a sua barriga rapidamente cresce até sair do
espelho.
Frederico é que não
esperava que o Pai Natal deixasse de acreditar nele.
Sabes, Maria, o Pai Natal Não Existe.
Caminho, 2008
sexta-feira, 21 de dezembro de 2012
quinta-feira, 20 de dezembro de 2012
quarta-feira, 19 de dezembro de 2012
domingo, 16 de dezembro de 2012
sábado, 15 de dezembro de 2012
sexta-feira, 14 de dezembro de 2012
segunda-feira, 10 de dezembro de 2012
domingo, 2 de dezembro de 2012
sexta-feira, 30 de novembro de 2012
sábado, 24 de novembro de 2012
sábado, 17 de novembro de 2012
Animação com areia - Kseniya Simonova
Kseniya Simonova foi a vencedora da edição Ucraniana do Há Talento.
No final, ao vivo, fez uma animação da invasão da Alemanha na Ucrânia, durante a Segunda Guerra Mundial, tendo usado os dedos e uma superfície com areia.
No final, ao vivo, fez uma animação da invasão da Alemanha na Ucrânia, durante a Segunda Guerra Mundial, tendo usado os dedos e uma superfície com areia.
terça-feira, 13 de novembro de 2012
sábado, 10 de novembro de 2012
Happy
As cores das imagens são o sorriso da Natureza à realidade da nossa vida.
sexta-feira, 9 de novembro de 2012
sábado, 3 de novembro de 2012
quarta-feira, 31 de outubro de 2012
quarta-feira, 24 de outubro de 2012
segunda-feira, 22 de outubro de 2012
domingo, 21 de outubro de 2012
terça-feira, 16 de outubro de 2012
sábado, 13 de outubro de 2012
segunda-feira, 1 de outubro de 2012
Acordai, Lopes Graça, José Gomes Ferreira
Acordai
acordai
homens que dormis
a embalar a dor
dos silêncios vis
vinde no clamor
das almas viris
arrancar a flor
que dorme na raíz
Acordai
acordai
raios e tufões
que dormis no ar
e nas multidões
vinde incendiar
de astros e canções
as pedras do mar
o mundo e os corações
Acordai
acendei
de almas e de sóis
este mar sem cais
nem luz de faróis
e acordai depois
das lutas finais
os nossos heróis
que dormem nos covais
Acordai!
José Gomes Ferreira
sábado, 29 de setembro de 2012
Neste dia, nasceu Mafalda!
Mafalda foi uma tira escrita e desenhada pelo cartunista argentino Quino. As histórias, apresentando uma menina (Mafalda) preocupada com a Humanidade e a paz mundial que se rebela com o estado atual do mundo, apareceram de 1964 a 1973, usufruindo de uma altíssima popularidade na América Latina e Europa. Mais AQUI...
terça-feira, 25 de setembro de 2012
domingo, 23 de setembro de 2012
sábado, 22 de setembro de 2012
sexta-feira, 21 de setembro de 2012
Perdido e Achado - Oliver Jeffers
Lançamento amanhã na Livraria GATAfunho em Lisboa. Ver Convite aqui...
sábado, 15 de setembro de 2012
Intertexto - Maiakovski, Berthold Brecht, Martin Niemöller...
imagem daqui
Maiakovski - Poeta russo "suicidado" após a revolução de Lenin, escreveu, ainda no início do século XX :
"Na primeira noite, eles se aproximam e colhem uma flor de nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem, pisam as flores, matam nosso cão.
E não dizemos nada.
Até que um dia, o mais frágil deles, entra sozinho em nossa casa, rouba-nos a lua, e, conhecendo nosso medo, arranca-nos a voz da garganta.
E porque não dissemos nada, já não podemos dizer nada."
Depois de Maiakovski…
"Primeiro levaram os negros
Mas não me importei com isso
Eu não era negro
Em seguida levaram alguns operários
Mas não me importei com isso
Eu também não era operário
Depois prenderam os miseráveis
Mas não me importei com isso
Porque eu não sou miserável
Depois agarraram uns desempregados
Mas como tenho meu emprego
Também não me importei
Agora estão me levando
Mas já é tarde.
Como eu não me importei com ninguém
Ninguém se importa comigo."
Bertold Brecht (1898-1956)
"Um dia vieram e levaram meu vizinho que era judeu.
Como não sou judeu, não me incomodei.
No dia seguinte, vieram e levaram meu outro vizinho que era comunista.
Como não sou comunista, não me incomodei .
No terceiro dia vieram e levaram meu vizinho católico.
Como não sou católico, não me incomodei.
No quarto dia, vieram e me levaram;
já não havia mais ninguém para reclamar..."
Martin Niemöller, 1933 - símbolo da resistência aos nazistas.
"Primeiro eles roubaram nos sinais, mas não fui eu a vítima,
Depois incendiaram os autocarros, mas eu não estava neles;
Depois fecharam ruas, onde não moro;Fecharam então o portão do bairro da lata, que não habito;
Em seguida arrastaram até a morte uma criança, que não era meu filho..."
O que os outros disseram, foi depois de ler Maiakovski. Incrível é que, após mais de cem anos, ainda nos encontremos tão desamparados, inertes, e submetidos aos caprichos da ruína moral dos poderes governantes, que vampirizam as finanças, aniquilam as instituições, e deixam aos cidadãos os ossos roídos e o direito ao silêncio, porque a palavra, há muito se tornou inútil…
sexta-feira, 14 de setembro de 2012
segunda-feira, 10 de setembro de 2012
domingo, 9 de setembro de 2012
sábado, 8 de setembro de 2012
sexta-feira, 7 de setembro de 2012
quinta-feira, 6 de setembro de 2012
quarta-feira, 5 de setembro de 2012
Como superar a timidez
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sexta-feira, 31 de agosto de 2012
quinta-feira, 30 de agosto de 2012
quarta-feira, 29 de agosto de 2012
segunda-feira, 27 de agosto de 2012
sábado, 25 de agosto de 2012
sexta-feira, 24 de agosto de 2012
Portugal - Pablo Neruda (1954)
"Portugal,
vuelve al mar, a tus navíos,
Portugal, vuelve al hombre, al marinero,
vuelve a la tierra tuya, a tu fragancia,
a tu razón libre en el viento,
de nuevo
a la luz matutina
del clavel y la espuma.
Muéstranos tu tesoro,
tus hombres, tus mujeres.
No escondas más tu rostro
de embarcación valiente
puesta en las avanzadas del Océano.
Portugal, navegante,
descubridor de islas,
inventor de pimientas,
descubre el nuevo hombre,
as islas asombradas,
descubre el archipiélago en el tiempo.
La súbita
aparición
del pan
sobre la mesa,
la aurora,
tú, descúbrela,
descubridor de auroras.
Cómo es esto?
Cómo puedes negarte
al cielo de la luz tú, que mostraste
caminos a los ciegos?
Tú, dulce y férreo y viejo,
angosto y ancho padre
del horizonte, cómo
puedes cerrar la puerta
a los nuevos racimos
y al viento con estrellas del Oriente?
Proa de Europa, busca
en la corriente
las olas ancestrales,
la marítima barba
de Camoens.
Rompe
las telarañas
que cubren tu fragante arboladura,
y entonces
a nosostros os hijos de tus hijos,
aquellos para quienes
descubriste la arena
hasta entonces oscura
de la geografía deslumbrante,
muéstra-nos que tú puedes
atravesar de nuevo
el nuevo mar escuro
y descubrir al hombre que ha nacido
en las islas más grandes de la tierra.
Navega, Portugal, la hora
llegó, levanta
tu estatura de proa
y entre las islas y los hombres vuelve
a ser camino.
En esta edad agrega
tu luz, vuelve a ser lámpara:
aprenderás de nuevo a ser estrella."
Pablo Neruda
Las uvas y el viento, 1954
quinta-feira, 23 de agosto de 2012
quarta-feira, 22 de agosto de 2012
terça-feira, 21 de agosto de 2012
segunda-feira, 20 de agosto de 2012
domingo, 19 de agosto de 2012
sábado, 18 de agosto de 2012
sexta-feira, 17 de agosto de 2012
quinta-feira, 16 de agosto de 2012
terça-feira, 14 de agosto de 2012
Comunicado - Miguel Torga
Na frente ocidental nada de novo.
O povo
Continua a resistir.
Sem ninguém que lhe valha,
Geme e trabalha
Até cair.
Miguel Torga
domingo, 12 de agosto de 2012
Pai e Filha - Michaël Dudok De Wit
O pai se despede da filha. Ela cresce, tem a sua família, mas nunca deixa de procurar pelo pai. Dos curtas mais bonitos, de quando o silêncio é só saudade, um domingo de amor para todos os pais, que mesmo longe ou em outro planeta, nunca saem do nosso coração. Muitas vezes, falar de morte com um adulto é mais difícil do que com uma criança, que olha para o céu e enxerga na estrelinha o brilho de alguém especial. Esse não é um post triste apenas. É uma forma de, em silêncio,... LER MAIS
A father says goodbye to his young daughter and leaves. As the wide Dutch landscapes live through their seasons so the girl lives through hers. She becomes a young woman, has a family and in time she becomes old, yet within her there is always a deep longing for her father.
The story can be seen as a metaphor. The father leaving on a boat signifies his death and the images of the daughter watching for him to come back is signifying her always thinking about him throughout her life. Towards the end when the now elderly daughter begins to travel through the overgrown, dried up riverbed is supposed to explain that she has died and is now travelling in the afterlife to see her father once again.
The story can be seen as a metaphor. The father leaving on a boat signifies his death and the images of the daughter watching for him to come back is signifying her always thinking about him throughout her life. Towards the end when the now elderly daughter begins to travel through the overgrown, dried up riverbed is supposed to explain that she has died and is now travelling in the afterlife to see her father once again.
sábado, 11 de agosto de 2012
terça-feira, 7 de agosto de 2012
quinta-feira, 2 de agosto de 2012
terça-feira, 31 de julho de 2012
quinta-feira, 26 de julho de 2012
Um mundo sem letras - Moonbot
Era uma vez um mundo sem letras, só com números, nada de nomes. Naquele tempo, um número identificava cada ser. Senhor Dois, já para cá. Assim é o Numberlys, o mais recente aplicativo para iPad da Moonbot (o estúdio que criou o The Fantastic Flying Books of Mr. Morris Lessmore).
terça-feira, 24 de julho de 2012
sexta-feira, 20 de julho de 2012
quinta-feira, 19 de julho de 2012
quarta-feira, 18 de julho de 2012
Alimenta um Cão com o Coisas 2012
Objectivo:Conseguir dar até 6.000 Kg de ração pelos animais abrangidos e tentar garantir o maior número possível de adopções!
A campanha dura até 30 de Julho.
Como ajudar:
- Partilhe esta iniciativa com os seus amigos;
- Adopte um dos Cães abrangidos pela acção;
segunda-feira, 16 de julho de 2012
domingo, 15 de julho de 2012
sábado, 14 de julho de 2012
Gustav Klimt - Art Nouveau
Gustav Klimt, pintor austríaco, de arte envolta em prazer, a beleza estética mistura-se ao erotismo feminino.
sexta-feira, 13 de julho de 2012
quarta-feira, 11 de julho de 2012
This Girl Laughs, This Girl Cries, This Girl Does Nothing - Barking Gecko Theatre Company
Three girls. Three pathways. One destination.
Three sisters are abandoned in the middle of a forest by their father. Facing an uncertain future, one decides to walk one way around the world, one decides to walk the other way and one decides to stay right where she is.
After 20 years having crossed oceans, toppled lighthouses and conquered armies – the two wanderers find themselves back at the same place in the woods, where the third sister waits…
One of Australia's most exciting playwrights, Finegan Kruckemeyer, has created a modern day fairytale that will thrill, delight and surprise audiences of all ages.
terça-feira, 10 de julho de 2012
The world's biggest flower - José Saramago
José Saramago foi o único escritor português a receber um prémio NOBEL da literatura e bem o mereceu porque escreveu livros maravilhosos. Nasceu em 16/11/1922 e faleceu em 18/06/2010.
Para os mais crescidos, o "Memorial do Convento" será um livro de leitura obrigatória na disciplina de português. Uma fascinante aventura com poções, balões de ar quente e construções magníficas.
Para os mais pequenos, há o livro "A maior flor do mundo". E este, é um livro tão belo que foi o que escolhi para ser o 1º livro do 1º dia da 1ª feira do livro do 1º ano de vida de uma sobrinha. Um momento tão marcante só poderia ser com um livro assim.
Mas para quem ainda não tem o livro ou ainda não o consegue ler, recomendo o filme de animação que adapta a obra de forma belíssima.
domingo, 8 de julho de 2012
sábado, 7 de julho de 2012
Se o seu banco lhe creditasse todos os dias 86400 euros na sua conta? - Fernando António Oliveira
Se o seu banco lhe creditasse todos os dias 86400 euros na sua conta, e no final do dia, quer os tivesse utilizado ou não, ele reduzisse o seu crédito a zero, você não tentaria tirar deles o melhor proveito possível?
Pois bem, esse banco existe. Chama-se Tempo. Todos os dias ele deposita 86400 segundos na sua conta e só você pode tirar deles o melhor proveito, assim como só você é responsável pelo uso que lhes der. Quando me refiro a usar o tempo não me refiro apenas a preenchê-lo, mas a desfrutar dele. Faça tudo aquilo que deseja fazer e lhe dá prazer e não apenas aquilo que lhe parece que lhe trará mais benefícios: Saia, passeie, leia, faça um picnic com a sua amada, brinque com os seus filhos.... .
Lembrem-se de que tudo o que tem valor tem o seu custo, mas que este custo nem sempre é em dinheiro. No fim de contas só um idiota confunde o valor com o preço. Não acreditam?
O dinheiro compra a cama, mas não o sono. Compra os livros, mas não a sabedoria. Compra uma casa, mas não um lar. Compra medicamentos, mas não saúde. Compra ajudantes, mas não amigos. Compra o casamento, mas não o amor. Compra o crucifixo, mas não a fé. Compra um lugar no cemitério, mas não compra o céu.
Não dês ao dinheiro mais valor do que aquele que ele verdadeiramente tem. O dinheiro deve ser apenas um meio para obter algo, nunca um fim em si mesmo. Ele é importante, sem dúvida, mas só no caso de não morreres já amanhã. Além disso não adianta ser rico e ter roupas caras se o melhor da vida nós fazemos nus.
Pois bem, esse banco existe. Chama-se Tempo. Todos os dias ele deposita 86400 segundos na sua conta e só você pode tirar deles o melhor proveito, assim como só você é responsável pelo uso que lhes der. Quando me refiro a usar o tempo não me refiro apenas a preenchê-lo, mas a desfrutar dele. Faça tudo aquilo que deseja fazer e lhe dá prazer e não apenas aquilo que lhe parece que lhe trará mais benefícios: Saia, passeie, leia, faça um picnic com a sua amada, brinque com os seus filhos.... .
Lembrem-se de que tudo o que tem valor tem o seu custo, mas que este custo nem sempre é em dinheiro. No fim de contas só um idiota confunde o valor com o preço. Não acreditam?
O dinheiro compra a cama, mas não o sono. Compra os livros, mas não a sabedoria. Compra uma casa, mas não um lar. Compra medicamentos, mas não saúde. Compra ajudantes, mas não amigos. Compra o casamento, mas não o amor. Compra o crucifixo, mas não a fé. Compra um lugar no cemitério, mas não compra o céu.
Não dês ao dinheiro mais valor do que aquele que ele verdadeiramente tem. O dinheiro deve ser apenas um meio para obter algo, nunca um fim em si mesmo. Ele é importante, sem dúvida, mas só no caso de não morreres já amanhã. Além disso não adianta ser rico e ter roupas caras se o melhor da vida nós fazemos nus.
Projecto - Rui Costa
PROJECTO
Fernando comprou um livro de poesia com oitocentas páginas
mas só conseguiu ler quinhentas
António sonhou com o Evereste na magnitude
mas só precisava de mudar uma lâmpada
Rita imaginou um poema para Fernando
mas só tinha que aceitar o jantar de quinta
A lâmpada pensou que era um poema
e fundiu-se sem iluminar a sala
Luís aproveitou a escuridão da sala
para dizer a Rita um poema com montanhas
Trezentas páginas que nunca foram lidas
arquitectam com a lâmpada a salvação do mundo
mas só conseguiu ler quinhentas
António sonhou com o Evereste na magnitude
mas só precisava de mudar uma lâmpada
Rita imaginou um poema para Fernando
mas só tinha que aceitar o jantar de quinta
A lâmpada pensou que era um poema
e fundiu-se sem iluminar a sala
Luís aproveitou a escuridão da sala
para dizer a Rita um poema com montanhas
Trezentas páginas que nunca foram lidas
arquitectam com a lâmpada a salvação do mundo
in A Nuvem Prateada das Pessoas Graves, Quasi Edições, Maio de 2005
O tempo... Raduan Nassar
O tempo é o maior tesouro de que um homem pode dispor;
embora inconsumível, o tempo é o nosso melhor alimento;
sem medida que o conheça, o tempo é contudo nosso bem de maior grandeza:
não tem começo, não tem fim; é um pomo exótico que não pode ser repartido, podendo entretanto prover igualmente a todo mundo;
omnipresente, o tempo está em tudo;
existe tempo, por exemplo, nessa mesa antiga: existiu primeiro uma terra propícia, existiu depois uma árvore secular feita de anos sossegados, e existiu finalmente uma prancha nodosa e dura trabalhada pelas mãos de um artesão dia após dia;
existe tempo nas cadeiras onde nos sentamos, nos outros móveis da família, nas paredes da nossa casa, na água que bebemos, na terra que fecunda, na semente que germina, nos frutos que colhemos, no pão em cima da mesa, na massa fértil dos nossos corpos, na luz que nos ilumina, nas coisas que nos passam pela cabeça, no pó que dissemina, assim como em tudo que nos rodeia;
rico não é o homem que colecciona e se pesa no amontoado de moedas, e nem aquele, devasso, que se estende, mãos e braços, em terras largas;
rico só é o homem que aprendeu, piedoso e humilde, a conviver com o tempo, aproximando-se dele com ternura, não contrariando suas disposições, não se rebelando contra seu curso, não irritando sua corrente, estando atento para o seu fluxo, brindando-o antes com sabedoria para receber dele os favores e não a sua ira;
o equilíbrio da vida depende essencialmente deste bem supremo, e quem souber com acerto a quantidade de vagar, ou a de espera, que se deve pôr nas coisas, não corre nunca o risco, ao buscar por elas, de defrontar-se com o que não é; por isso ninguém em nossa casa a de dar o passo mais largo que a perna:
dar o passo mais largo que a perna é o mesmo que suprimir o tempo necessário à nossa iniciativa; (...)
embora inconsumível, o tempo é o nosso melhor alimento;
sem medida que o conheça, o tempo é contudo nosso bem de maior grandeza:
não tem começo, não tem fim; é um pomo exótico que não pode ser repartido, podendo entretanto prover igualmente a todo mundo;
omnipresente, o tempo está em tudo;
existe tempo, por exemplo, nessa mesa antiga: existiu primeiro uma terra propícia, existiu depois uma árvore secular feita de anos sossegados, e existiu finalmente uma prancha nodosa e dura trabalhada pelas mãos de um artesão dia após dia;
existe tempo nas cadeiras onde nos sentamos, nos outros móveis da família, nas paredes da nossa casa, na água que bebemos, na terra que fecunda, na semente que germina, nos frutos que colhemos, no pão em cima da mesa, na massa fértil dos nossos corpos, na luz que nos ilumina, nas coisas que nos passam pela cabeça, no pó que dissemina, assim como em tudo que nos rodeia;
rico não é o homem que colecciona e se pesa no amontoado de moedas, e nem aquele, devasso, que se estende, mãos e braços, em terras largas;
rico só é o homem que aprendeu, piedoso e humilde, a conviver com o tempo, aproximando-se dele com ternura, não contrariando suas disposições, não se rebelando contra seu curso, não irritando sua corrente, estando atento para o seu fluxo, brindando-o antes com sabedoria para receber dele os favores e não a sua ira;
o equilíbrio da vida depende essencialmente deste bem supremo, e quem souber com acerto a quantidade de vagar, ou a de espera, que se deve pôr nas coisas, não corre nunca o risco, ao buscar por elas, de defrontar-se com o que não é; por isso ninguém em nossa casa a de dar o passo mais largo que a perna:
dar o passo mais largo que a perna é o mesmo que suprimir o tempo necessário à nossa iniciativa; (...)
Raduan Nassar
Trecho do seu livro Lavoura arcaica (1975)
Trecho do seu livro Lavoura arcaica (1975)
Crise - De quando é que são estas palavras?
Que fazer? Que esperar? Portugal tem atravessado crises igualmente más: - mas nelas nunca nos faltaram nem homens de valor e carácter, nem dinheiro ou crédito. Hoje crédito não temos, dinheiro também não - pelo menos o Estado não tem: - e homens não os há, ou os raros que há são postos na sombra pela Política. De sorte que esta crise me parece a pior - e sem cura.
In "Correspondência" (1891)
quarta-feira, 4 de julho de 2012
terça-feira, 3 de julho de 2012
segunda-feira, 2 de julho de 2012
domingo, 1 de julho de 2012
sábado, 30 de junho de 2012
terça-feira, 26 de junho de 2012
segunda-feira, 25 de junho de 2012
sexta-feira, 22 de junho de 2012
História do gato e da lua - histórias de amor
“Estória do Gato e da Lua” foi a primeira curta portuguesa a ir a Cannes,em 1996, e chegou arrecadar 15 prémios internacionais.
A animação de 1995, dirigida por Pedro Serrazina com narração em inglês de Joaquim de Almeida, “Estória do Gato e da Lua” é uma história de amor que facilmente todos acreditaríamos ser impossível.
“Um poema. Uma estória feita de silêncio e de cumplicidade. Luz e sombra, o apelo da noite, a lua como paixão… Esta é a estória de quem tentou tornar o sonho realidade, a estória do gato e da lua.”
sábado, 16 de junho de 2012
sexta-feira, 15 de junho de 2012
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